sábado, 27 de setembro de 2008

Poesia Psicografada

(Kiko Pessoa)

Deu-me vontade de gritar e exalar, pelo som, a dor dessa ferida que por lacunas entre ponteiros decidi manter em carne viva, a fim de conservar histórias Remoídas que por ilusão afagavam minh'alma através de recordação de vida ja vivida.
Deparo-me, então, com obsoleta sensação de trevas. Não são trevas, são Dúvidas.
Duas ou três dúvidas que me sondam a mente e me escurecem os pensamentos.
Ferimento ja não existe.
A dor não existe.
Lembranças... ainda as tenho.
São elas então, as lembranças, as sombras que tanto preocuparam-me.
São elas então, as sombras, ainda que sem dor, a razão de ter contido tamanhos gritos de horror.
São Os motivos que tenho tido.

Um comentário:

Luana Mollinar disse...

amigo, esse texto é meu
acabei de fazer. Dps te conto o pq
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Modelos, atrizes, poses, flashes. A maquiagem borrada nunca é vista, os pés calejados não existem, as mãos frias tentam se esquentar no estúdio gelado. O furinho do meu queixo eu preciso tapar, as sardinhas? Tenho que deletar. No olhar triste e vazio eu passo um corretivo, na boca pálida e seca tem lápis de cor, a cute cansada e cheia de suores é apagada com o photoshop, nas maçãs há apenas a carcaça toda devorada, o sorriso, já não é um sorriso, são grades das quais nada se pode sair. Essência, perfumes, saliva... Essas ficam bem ali, no cantinho escuro, espumando para serem expelidas a qualquer momento. A garganta com sede, grita para que alguém a ouça, mas não adianta. Eles só ouvem a voz do capitalismo faminto e excêntrico repetindo a mesma coisa sempre: beleza, beleza, beleza!!!
Ufa! Acabou! Meus poros suados não vêem a hora de respirar, minha boca de encontrar outra, e minhas mãos de se esquentarem segurando as suas no fim da noite.
Luana Mollinar